Endometriose na adolescência

Dores na menstruação não são normais e podem ser sinal dessa doença que afeta mulheres de todas as idades, até mesmo as adolescentes

A endometriose ainda é uma doença pouco comentada e que tem passado despercebida há anos, seja por desinformação ou por ideais errôneas a respeito da menstruação. A verdade é que ela tem afetado não somente mulheres na fase adulta, mas também adolescentes que têm suas vidas escolares, sociais e psicológicas prejudicadas pela enfermidade. O principal inimigo, nesses casos, tem sido a crença disseminada na sociedade de que sentir cólicas menstruais, leves ou não, é algo comum – o que está longe de ser verdade. Com isso em mente, muitas adolescentes têm vivido com a doença sem a realização de um tratamento adequado, o que pode acabar agravando o quadro ao longo do tempo e comprometendo órgãos próximos ao foco da doença. Por isso, além das cólicas menstruais, é muito importante ficar atenta a sintomas que possam ocorrer durante a menstruação, como dores para evacuar, ardor ao urinar, constipação ou diarreia. Diferente do que é dito há tanto tempo, esses não são traços normais do período menstrual e podem ser um forte indício da endometriose. Nesses casos, o recomendado é buscar o auxílio de um ginecologista para realizar todos os exames necessários para a descoberta da doença. Em adolescentes, os mais comumente realizados são a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal em pacientes que já tiveram relações sexuais e, nas que ainda não tiveram, poderá ser feita a ressonância magnética. Em todo caso, o acompanhamento com um profissional especialista é fundamental para determinar o melhor tratamento e evitar que a doença se agrave, além de proporcionar maior qualidade de vida a curto e longo prazo.

Dr. Valéria Dória Mendes da Costa, CRM 79010, Formada pela Faculdade de Medicina da USP,
Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina da USP, Mestrado em Ciências da Saúde pela Famerp São José do Rio Preto/SP, Membro da Comissão de Tromboembolismo venoso da Febrasgo.